Go to Home Page / Pagina Principal

P O E T R Y
P O E S I A
BY/POR:   ANTÓNIO VIRGÍLIO     



INATINGÍVEL PERFEIÇÃO

Toda mulher é linda
Uma sublime miragem de efeito arrebatador.
Toda mulher é perfeita
Irretocável nas mãos do Criador.

Horrorizada com a benção dessa dádiva gloriosa
Mimo da desmedida generosidade Divina
A mulher se martiriza em transpor os limites da plenitude glamourosa.
E pouco se pergunta
Se o que existe embaixo decorre do perpetuado lá de cima.

Não se engane, amigo:
Sou aprendiz do viver cotidiano
Poeta por obra do acaso
E imposição do destino.
Sofro
E se sofro, é porque o sofrer faz bem ao meu viver
Ainda me vejo menino com vontade de voar.

Por isso, companheiro:

Somente que viveu a dor de uma alucinada paixão
Pode ponderar o tormento de amar uma mulher alucinantemente bela.
O sono é um dormir de olhos abertos
A carne não descansa a alma
A mente abriga a insensatez
E quando pensamos que quebramos o jugo das algemas
Ela ressurge majestosa
Desgoverna nosso coração
Planta uma semente de ventura dentro do peito
E parte
Sem dizer a razão.

A felicidade é quimera, amigo
Uma vida é muito pouco para tanta provação
São tantas formas de amar que existem nesse mundo
Que o universo já não se cabe de tanta emoção.
A paixão é um doce pesadelo
Vivo a vicissitude do bem querer de uma diva escultural
Bem sei, que o seu querer, é o iludir da compaixão.
Mas o que posso fazer
Sempre me falta pano para esconder o que abunda na sua formosura.
E assim vou vivendo
Sofrendo, olhando de lado
Ciente de que tudo só é bom enquanto dura.

Para meu espanto e desassossego
Reconheço que o ser mulher é uma inatingível perfeição
A primeira dentre todas as maravilhas da natureza
A mais sublime e irretocável criação
Um prodigioso monumento com entalhes de incontestável beleza
Que deveria nascer com um imperceptível defeito
Que dela fizesse
Linda
E perfeitamente mulher.



SIMPLES

Amar é simples
Quando se ama simplesmente
São aromas, sons, cores e gestos simples
Que ficam com a gente,
Como aquele olhar cúmplice
Ou um desolhar simplesmente.

Ela cruzou o meu caminho
E foi me possuindo, possuindo-me simplesmente
Ofertou-me sua candura
E com jeitos indecentes,
Levou-me a fazer toda sorte de loucuras
Ser feliz simplesmente.

Mas o tempo passou naquele lugar simples
Foi passando, passando simplesmente
Um dia ... meu mundo ruiu,
Foi tudo tão de repente!
Como veio, partiu...
Abandonou-me simplesmente.

Do livro: RASTILHO DE PROSAS/2000 – Ed. OR/RJ



VÍRGULA UMA VÍRGULA
Sou um providencial graveto no meio do caminho.
Uma advertência para que os transeuntes pisem com cuidado na pavimentação
Pois quando se trafega em piso excessivamente escorregadio
É muito comum escorregar e se esborrachar no chão.

Na oração o mesmo se dá comigo
E não aconselho o virgular sedento a golpes de vinho
Tão menos, abster-se do prazer da virgulação.

Afinal, sou eu que dou cadência à fala.
Quando o leitor se nega obedecer ao sinal de pausa
É muito provável que morda a língua.



SONETO A JUVENTUDE

Fiquei feliz quando fiz quinze anos
Parecia que meu mundo iria desabar
Ganhei um barbeador elétrico
Loção e creme de barbear.

Com o passar dos dias
Descobri que essa idade é coisa difícil de se tolerar
Estou sozinho, minhas noites são tão frias
E nada de um novo janeiro chegar.

Todos me dizem que na vida é a melhor idade
A fase mais bonita e fecunda para se amar
Quando se colhe os melhores momentos a se recordar.
É uma angústia, uma eternidade, um sofrimento
Mas que um dia
Passará.



GOSTO DE HORTELÃ E O FRANCÊS DA TUA BOCA

Que tesão
O gosto de hortelã na tua língua
O sol dourando o sedoso encarnado da pele fina
O vento brincando nos labirintos da penugem da ninfa
Teu corpo flutuando nas areias de Amaralina
E eu dentro dele.

Que emoção Despir tuas curvas do lençol da cama
Viver contigo uma fantasia louca
Teu hálito me revelar que me amas
Beijar o sussurrar francês da tua boca
E ouvir meu nome dentro dela.



NÁUFRAGO

Ainda corro contra o tempo...
Ele me é implacável.
Ainda navego sentimentos...
Ele me é indomável.

Ainda choro enquanto você sorri.
Ontem me fiz pranto...
Acordou-se em mim uma dor antiga.

Hoje me pego cantando...
Escondendo tristezas da vida.
Ainda me confortam pedaços de nostalgia.

Na parede um retrato adolescente envelhece
No cabideiro as traças devoram a casimira
No espelho entrevejo um rosto pálido
No travesseiro sinto o hálito da bebida.
Ainda descaminho no meu caminho.


Do livro: RASTILHO DE PROSAS/2000 – Ed. OR/RJ

António Virgílio        
Brazil        

 

     Poem Page / Página dos Poemas                                 

 E-mail us
Consulate | Education | Charity | Entertainment | History | Companies
Consulado | Educação | Beneficiencia | Divertimentos | História | Empresas
         
  Learn Portuguese - Visit our School on-Line
  Aprenda Inglês - Visite a nossa Escola em-Linha

Best with
MS Explorer
at 800x600

 Go to SA WEB