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P O E S I A
BY/POR: LOURIVALDO DELFINO
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Religião
O povo se defende, como sociedade,
Vive na mentira, procura a verdade,
A verdade é mentira chega a ser sinceridade,
Sinceridade de verdade é a realidade,
Machuca mata, todo mundo é refém,
Tanto o rico, como o pobre, pega sempre alguém,
Não adianta fugir, um entre cem,
O tiro é certeiro, já se sabe donde vem,
Você nem se da conta, todo mundo é igual,
Se acha diferente, mas não passa de normal,
Ignorante ou inteligente, querendo ser o tal,
O caminho para muitos pode estar na mão do mal,
Vitima ou vilão, que grande ironia,
O bem e o mal mostram sabedoria,
Sua escolha vai dizer, o que você faria?
Entre o bem e o mal, o que você escolheria?
Eu não sou você, e somos ninguém,
Assim somos tratados, tentando ser alguém,
Quando consegue ser, esquece o bem,
O mal te contrata, você virou quem?
Preto, branco, amarelo ou não,
O sangue é vermelho, é pura pulsação,
Interno, externo, alimenta o coração,
Esse bate de verdade, sente toda reação,
Guerra, violência, todo dia uma explosão,
Sinta o cheiro do diabo, a imagem do cão,
Se você não acredita então diga não?
O homem da cruz quer a sua salvação?
E por falar em sangue, tem muito mais,
O homem destrói, também os animais,
Morte extinção, como canibais,
Não perdoam nem as plantas, são pior que chacais,
É duro aceitar, mas assim é a verdade,
Quem pode não faz, perde a dignidade,
Se entrega ao mal, dura realidade,
O homem lá de cima quer a sua liberdade,
Se você entendeu faça sua opção,
Não se esconda na fé, acredite de montão,
Esse mundo é cruel, não se leva nada não,
Se prefere insistir, sinto muito meu irmão,
O preto e o branco
Crente ou não crente, em que acreditar,
Deus a verdade, pare de perguntar,
Perseverança, insistência, é melhor sempre tentar,
A vida só derruba, quem não souber se levantar,
Há muito tempo atrás, aboliu-se a escravidão,
A chicotada acabou, sobrou a emoção,
O chicote te marcava, e doía de montão,
Agora o chicote, decepa o coração,
Liberdade conquistada, pobreza garantida,
O que é liberdade, ter fome ou comida?
A fé no ser humano, não ficou colorida,
Ficou preta ou branca, duas cores dividida,
O preto e o branco ficaram separados,
Mesmo assim ouve mistura, de seres amados,
A cor se misturou, agora somos misturados,
O preto evoluiu, ainda tem branco inconformado,
Ironia do destino ver o branco nervoso,
Saber que preto é gente, e fica rancoroso,
Não aceita a idéia, um mundo tenebroso,
Não adianta reclamar, coisas do poderoso,
Ser preto ou moreno pode até ser pobre,
Todos têm dignidade e sabe ser um nobre,
Forte, decidido, não tem medo nem encobre,
Encara pra valer não é homem que se dobre,
Quem é responsável pelo preconceito?
A escravidão acabou e o branco não tem jeito,
Quer sempre se achar, ainda bate no peito,
Mas não existe diferença numa cama de leito,
Medo
Medo é desejo, é puro sentimento,
É coisa muito ruim, também é sofrimento,
Segurança ou não, fique bem atento,
Ele não tem jeito, tem o gosto do vento,
O medo foi feito para nossa proteção,
Muitos usam ele contra o coração,
Um frio no estomago, pura sensação,
Mexa, remexa, controle essa emoção,
Sentimento ou não ele é invisível,
Dispara o coração, é inadmissível,
O maior dos sentimentos e muito sofrível,
Humano ou não, seu sabor é terrível,
Quem pode usa-lo, faz com louvor,
Humilha qualquer um, o medo a seu favor,
Pânico, perigo, uma cena de terror,
Uma simples esquina, pode ser um horror,
O medo abre porta, da vida e da morte,
Depois de aberta, a vida pela sorte,
Nada engraçado, fazer o próprio corte,
Nessa hora o mais difícil é ser alguém forte,
Se você não percebe, é fácil reparar,
O medo aparece no globo ocular,
A menina dos olhos começa a aumentar,
Não precisa ser medico para isso enxergar,
Uma grande ironia é a luta por viver,
Tudo que consegue é sobreviver,
Mandado ou não, quem vai aparecer,
O medo, a sorte, o intimo do ser,
Lucila
Apareceu alguém, uma pessoa inteligente,
Bonita, elegante, também muito atraente,
Trabalhadora dedicada, não é nada carente,
Sabe o que quer, é gente como a gente,
O nome é Lucila, a beleza é triunfal,
Parece uma artista, de novela ou jornal,
Mulher decidida, não tem nada com o mal,
Sabe discerni entre o certo e o normal,
Essa mulher, já muito de pequena,
Percebia que a vida, já vinha com esquema,
Formou-se advogada, colocou-se um dilema,
Lei é lei, não importa qual o tema,
Do lado da lei é difícil decidir,
O que é a lei? Ser contra ou consentir?
O rico ou o pobre, a quem deve punir,
Uma coisa eu sei, é ruim de diluir,
Dinheiro, poder, qual a questão?
Matar ou morrer? Um revolver na mão,
O tiro que acerta a sua razão,
Difícil conviver, entre razão e emoção,
Lucila advogada, pessoa interessante,
Conversa inteligente, sorriso confiante,
O seu mundo se destaca, como variante,
A lei não escrita é ter vida triunfante,
Querida amiga não tenha incerteza,
No mundo da lei não existe beleza,
Não ha quem defenda um mundo de tristeza,
Seu sorriso quebra isso, tenha certeza.
Vazio
O vazio é sentimento, que esta sempre cheio,
De nada, coisa alguma, um bolo sem recheio,
Cadê, onde esta? A vida sem um meio,
Viver é bonito, viva sem receio,
Bandido, honesto, o bem e o mal,
Um honesto bandido pode ser real,
Mas bandido honesto, não é nada legal,
Bandido ou honesto, ser humano é racional,
Quero morrer, mas prefiro a vida,
Consciência machucou, virou uma ferida,
Não tem aparência, é invisível e corroída,
Sensação de moedor, de carne moída,
É feio, horrível, perde até a cor,
Fica preto, fica cinza, o escuro é seu teor,
Um grito, um uivo, fantasia de horror,
O pânico invadiu o meu interior,
O ser consciente, não sabe o que fazer,
Nunca viu nada igual até perceber,
Que cruel é o mundo, vai embora o prazer,
O suporte, o apoio, como vai sobreviver,
Do lado, em cima, ou mesmo na frente,
Tem sempre alguém, aparece sempre gente,
Ajuda, participa, torna coerente,
Às vezes essa pessoa ajuda sua mente,
Olha a ironia que a vida oferece,
O tempo não para, até restabelece,
O horror um dia acaba, mesmo sem prece,
A vida continua, sai da frente e não se aprece,
A fila não para, tem rotatividade,
Qual a sua escolha, a mentira ou a verdade?
Já vivemos da mentira com pura crueldade,
Pegar ou largar ressuscite sua vontade,
Porque, para que, a existência em questão,
O certo o errado, o sim e o não,
Funciona, não funciona, a evolução,
Nascer, crescer existe uma razão.
Isso tudo acontece e deve ter um nome,
Cadeia alimentar quem deve passar fome?
Morrer, sobreviver aparece ou some,
Quem que é comido, quem é que come?
Interrogação
Brincar, aprender, para isso nós nascemos,
O pai, a mãe, sempre obedecemos,
Na adolescência, muita coisa nós perdemos,
Depois de adulto, realmente o que podemos?
Nunca damos atenção, para coisa verdadeira,
Mentira, falsidade, vivemos na rabeira,
A verdade se procura pela vida inteira,
Poucos conseguem as suas maneira,
Deus o caminho, sentimento de vazio,
Cadê nossa fé, um mergulha no rio,
Que segue o seu curso, muitas vezes por um fio,
O homem inteligente pode ser um vadio,
Guerra, violência, com isso muita morte,
O vivo ou o morto quem é que levou sorte?
O fraquinho inteligente, o burro que tem porte,
No meio disso tudo, a dor de um corte,
O que é melhor, inteligência ou burrice?
Saber entender ou fazer babaquice?
Saber ser feliz ou apenas ser triste?
Ser o que ouve ou ser o que disse?
A vida é assim, grande interrogação,
Pensar que estar certo, fazer pela razão,
Não sentir que no peito, bate um coração,
A razão não tem força, quando explode a emoção,
O ser humano agora vive só de aparência,
Perde a noção de sua decência,
Roupa, relógio, carro e indecência,
No seu interior, sumiu a essência,
Um recado lá de cima, você pode acreditar,
Que sua essência, você pode resgatar,
Se mesmo assim, você deixar passar,
Sinto muito meu amigo, você tem de se lascar,
Quem é o cego?
A gente é cego, mesmo não deficiente,
Pense comigo e diga realmente,
Quem é o cego, eles ou a gente?
Ver é uma coisa, não enxergar é diferente,
Se fazer de cego é pior que não olhar,
É ver a injustiça e ter medo de enfrentar,
Todo mundo tem coragem, pode acreditar,
O ser humano é capaz de cair e levantar,
O único animal que tem capacidade,
De matar o próprio irmão, por poder e por vaidade,
Comer, sobreviver, não é da humanidade,
O animal irracional, não mata por maldade,
Deus o poderoso, fez o mundo girar,
Os bichos, as plantas, a cadeia alimentar,
O dia, à noite, a beleza do luar,
Tudo isso o ser humano pretende detonar,
Ninguém se da conta do baixo e do alto,
A selva se extinguiu, deu lugar ao asfalto,
Selva de pedra, o mundo deu um grande salto,
Como você, substituem se eu falto,
Sujaram a agua, o céu e o espaço,
Acabaram com o verde, trocaram por aço,
Tecnologia, ironia, um mundo em inchaço,
A destruição está nesse compasso,
Isso acontece e você mantem o medo,
Trabalho, loucura, te colocam o dedo.
Na sua casa, na família, isso começa cedo,
Cadê sua coragem? Eu já intercedo,
Irmão, parente, a mãe ou o pai,
Não se mede parentesco, mas se olha quem vai,
Quem fica recomeça, amanhã também sai,
Vida ou morte, um levanta outro cai,
O choro, a lagrima, um mundo cruel,
Rezar, orar, uma prece pra o céu,
Amanha você será a vitima ou o réu,
Reaja, acredite, só abelha que faz mel,
Sem querer você faz parte desse mundo curioso,
Perde a essência, segue a trilha do maldoso,
Pense e reflita, onde esta o poderoso?
Ele existe e esta presente, nesse mundo tenebroso,
Agora assuma com certeza diga sinceramente,
Onde esta você, na vida ou na mente?
Os braços as pernas, uma cabeça consciente,
Para que você existe, porque ser um ser vivente?
Lourivaldo Delfino
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